A noite

A noite

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Sempre será você.

A vida segue. E com ela seguimos também. Mudamos a rota, os costumes, os amigos, mudamos de casa, mudamos os lugares. Mas por mais que tudo mude e a vida siga, algumas coisas insistem em permanecer e não ir embora.
É assim quando penso em você. É assim quando me lembro da sua existência, que eu vivo tentando deixar pra lá. 
Tem certas coisas que a gente não expulsa daqui de dentro nunca. A gente só muda de lugar. Da sala principal pro quarto de despejo, lá no fundo. Colocamos lá, trancamos e jogamos a chave fora. 
Não vemos mais todo dia, não lembramos mais todos os dias, não dói mais e nem incomoda. Saiu do cômodo principal da casa. Saiu do foco. Mas ainda esta lá. La no fundo, mas está. E é quando de vez em quando você reaparece. Pra me provar que pode estar escondido agora, mas que ainda vive dentro de casa. Pra me mostrar que por mais que eu queira expulsar, algumas coisas não vão embora. Nunca. Ja fazem parte da casa, e sem elas ficaria um buraco eterno.
Então, só queria te dizer que diante disso tudo, fica uma certeza. Alias, duas. A primeira é que por mais que o tempo passe você não vai passar. Nunca. 
A segunda é que sempre será você. Não sei se aqui ou do outro lado do mundo, não sei se nessa vida ou na outra, não sei se hoje ou daqui mil anos. Mas é você, sempre foi você e sempre será. 
A cada pessoa que passa na minha vida sem deixar nada e sem levar nada de mim, eu sei que é você. A cada briga, a cada vez que nos afastamos e por cada reaproximação, eu sei que é você. A cada vez que ouço seu nome e perco a graça, o rumo, o prumo, eu sei que é você. A cada vez que lembro você e me dá uma coisa boa de saber que existiu por aqui, eu sei que é você. A cada vez que ouço sua risada dentro da minha memória e lembro dos seus olhos sorrindo, eu sei que é você. A cada medo de cruzar com você e não saber como reagir, eu sei que é você. A cada atitude tomada por impulso, a cada insistência, a cada palavra não dita, a cada silêncio que grita, eu sei que é você. 
E é por essas e outras grandes coisas, que não caberiam aqui, que é você que eu vejo aqui quando imagino minha vida daqui um tempo. Não sei se longo ou curto, mas um tempo. O tempo suficiente eu diria.
Por hora te permito viver assim, longe. Onde te coloquei, no quarto de despejos. E me permito viver assim, na minha sala principal.


2 comentários: