De uns tempos pra ca pude perceber como as coisas mudam com o tempo. Como os conceitos mudam com o nosso amadurecimento e como nos tornamos exigentes com a gente e com os outros.
Passamos a ser seletivos. A ouvir somente o necessário e nos desligarmos de tudo aquilo que não nos acrescenta. Aprendemos a valorizar o silêncio, quando, no momento, responder simplesmente não vale a pena. Não vale o esforço e nem a dor de cabeça. Aprendemos a respeitar as escolhas das pessoas, mesmo que sejam diferentes das nossas. Passamos a aceitar que pessoas mudam ou na verdade nunca foram realmente quem pensamos que eram. Todo mundo se engana um dia, não é?!
Aprendemos a deixar ir tudo aquilo que não quer ou não pode ficar. Aprendemos a abrir mão de tudo aquilo que por um motivo ou outro não nos faz bem, ou não condiz com nossos ideais e planos.
Passamos a ser mais flexíveis porque a vida já nos deu provas suficientes de que quem não se curva uma hora quebra.
Aprendemos a ser práticos, até demais. A tomar decisões e saber realmente o que queremos. Aprendemos a ir atrás, a insistirmos enquanto der e puder. A dar a cara pra bater pelo que desejamos.
Passamos a ter mais facilidade em falar sobre coisas que realmente importam a pessoas que realmente importam, mesmo que elas tenham dificuldade em acreditar. Aprendemos a deixar o orgulho de lado, porque já percebemos que ele nos faz perder muito mais do que ganhar. E perdas são sempre doloridas.
Aprendemos que cada um é de um jeito e que temos que aceitar isso se não quisermos perder pessoas especiais.
Passamos a aceitar que pessoas importantes também vão embora e saem das nossas vidas com a mesma facilidade que entraram.
Passamos a entender que tudo na vida tem começo, mas que também tem fim e esse é o ciclo natural das coisas.
Aprendemos que o tempo é sábio. Nós é que somos apressados.
Passamos a aceitar que memórias fazem parte da vida. Saudades também. E que conviver com elas não é tão ruim assim. Elas nos mostram o que realmente vale a pena.
Aprendemos a viver um dia de cada vez, porque o ontem já foi há muito tempo e amanhã ainda está longe demais. Aprendemos a reconhecer os verdadeiros amigos e dar valor a eles. Porque todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo.
Aprendemos que a distância não é nada quando a pessoa mora dentro da gente. O estar junto não é físico, é de alma.
Passamos a aceitar a mão do destino, que as vezes vira nossa vida de cabeça pra baixo. Aliás, ele as vezes tem uma mão pesada pra caramba.
Passamos a ter cada dia mais certeza de como mundo é pequeno e como é linda a sua capacidade de dar voltas.
Aprendemos que existe uma enorme distância entre amor e carência. E assim, tudo que está confuso vai ficando cada vez mais claro.
Aprendemos a parar de sabotar a nos mesmos.
Passamos a nos permitir cair as vezes, pra aprender a levantar em todas elas. Sem cansar.
Passamos a aceitar que somos de carne e osso, mesmo que muitas vezes a vida nos exija que sejamos de ferro.
Passamos a dar o braço a torcer as vezes, ou sempre. Porque mais vale a presença de alguém importante do que estar certo. É que às vezes as pessoas que vão nem sempre voltam.
Passamos a enxergar a dimensão de nossas escolhas e suas consequências e entender que voltar atrás não é falta de personalidade. É necessário.
Aprendemos que nenhum amor vale tanto quanto o nosso próprio e que ninguém vale tanto a pena a ponto de nos fazer esquecer de nos mesmos.
Aprendemos a não permitir que o mal do outro se instale em nós. Afinal, tudo aquilo que não aceitamos, volta pra quem nos ofereceu.
Aprendemos a difícil arte de perdoar e vamos aprendendo aos poucos a de esquecer. Vale a pena.
A vida nos ensina, sempre. Todos os dias, o tempo todo. Só não aprende quem não quer. É que o aprendizado requer mudanças e sacrifícios e nem todo mundo está disposto a pagar o preço. Mas não tenhamos medo, porque não mudar será muito mais dolorido.