Todos os anos de um tempo pra cá, ao se aproximar o dia do meu aniversário tenho pensado e refletido mais que o normal.
Vinte e sete anos já se foram. Vinte e sete anos eu já não tenho mais. Quantos ainda tenho pra viver? Não sei.
Olho pra trás e vejo tanta coisa que ficou e várias outras que carrego comigo.... O quintal da minha vó que era maior que o mundo todo, as risadas junto às melhores amigas, o dedo machucado, o sorriso do meu avô a cada coisa nova que eu aprendia com ele.
Pessoas que jamais pensei perder, se foram e outras tantas eu deixei pra trás. Pessoas que jamais imaginei ter comigo apareceram e me apresentaram coisas lindas da vida.
Aprendi tanta coisa e desaprendi tantas outras.
Aprendi que a vida bate muito mais doído que minha mãe, que os joelhos ralados não são nada perto de um coração partido.
Aprendi que é preciso abrir mão e deixar ir embora algumas coisas e algumas pessoas.
Aprendi que de verdade, amigos mesmo são raros e quem tem a felicidade de tê-los, tem tudo.
Aprendi que algumas coisas somente o tempo dá jeito. Que é preciso se reinventar todo dia e que a paciência é um exercício difícil, mas deve ser constante.
Aprendi que certas coisas não valem a dor de cabeça e muito menos o meu esforço.
Desaprendi a guardar raiva, a querer me vingar e a desejar o mal a quem me deseja.
Desaprendi a ser tão ignorante quanto era e tão orgulhosa a ponto de perder pessoas importantes por isso.
Desaprendi a vontade de revidar.
Desaprendi a querer cuspir verdades na cara de quem quer que seja.
Desaprendi a capacidade de querer convencer as pessoas do que elas não querem entender.
Venho aprendendo e desaprendendo mais a cada dia.
Hoje a raiva não me domina, o mal que recebo não chega até mim e eu não desejo nada alem de felicidade a quem quer que seja.
O tempo tem mesmo uma forma maravilhosa de nos mostrar o que realmente vale a pena, de nos ensinar por qual caminho devemos seguir e qual o jeito certo de caminhar. A esse rei, gratidão sempre!